Nas últimas semanas, uma notícia envolvendo o tratamento renal ganhou destaque em todo o mundo: o transplante do rim de um porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo. É a primeira vez que esse tipo de intervenção acontece e o procedimento foi realizado em Boston, nos Estados Unidos. Mais recentemente, o paciente recebeu alta para finalizar a recuperação em casa.
“O transplante renal de porco é um marco histórico e representa um avanço monumental na medicina. Ele pode oferecer uma maior disponibilidade de órgãos aos pacientes e diminuir a lista de espera para transplantes renais. A pesquisa resultou em descobertas promissoras, abrindo caminho para futuros transplantes bem-sucedidos”, explica a Dra. Lecticia Jorge, Gerente Médica Corporativa da Fresenius Medical Care.
A iniciativa teve a liderança do médico brasileiro Leonardo Riella e, segundo a profissional da FME, mostra a contribuição internacional do país na pesquisa médica. Ela enfatiza, também, que a ação posiciona o Brasil como parte importante dos avanços científicos na área de transplantes e é motivo de orgulho para todos os nefrologistas.
Realização do transplante renal
A Gerente Médica Corporativa da FME afirma que, para a realização do transplante renal, o rim do porco foi cuidadosamente adaptado para se adequar ao corpo humano. A médica revela, ainda, que o procedimento é feito com anestesia geral e por uma equipe especializada. Antes do transplante, foram feitas 69 edições genéticas, com o objetivo de melhorar a compatibilidade com pessoas e reduzir o risco de rejeição.
Próximos passos
De acordo com a profissional da FME, os pacientes renais brasileiros podem esperar que essa pesquisa pioneira abra novas possibilidades de tratamento no futuro. Os benefícios para os pacientes serão sentidos a longo prazo, pois a adoção desse transplante renal em larga escala dependerá de mais pesquisas, testes clínicos e aprovações regulatórias.
“O transplante de rim de porco representa uma esperança para pacientes com doença renal crônica e pode revolucionar a medicina nos próximos anos”, acrescenta a Dra. Lecticia Jorge. Ela alerta, entretanto, que serão necessários estudos adicionais para avaliar a segurança, eficácia e longevidade do transplante renal de porco. Ainda de acordo com a nefrologista, a colaboração entre instituições de pesquisa, hospitais e agências regulatórias será fundamental.